Influência da adoção de práticas ESG no valor econômico adicionado: uma análise antes e depois da COVID-19

Abstract

A adoção de práticas sustentáveis no ambiente corporativo tem ganhado destaque na literatura recente, sobretudo quanto ao seu impacto na criação de valor para o acionista. No Brasil, o Indice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), da B3, representa uma referência importante na identificação de empresas comprometidas com critérios ESG. O presente estudo tem como objetivo examinar se o desempenho, aqui definido como criação de valor para o acionista, difere estatisticamente entre empresas participantes e não participantes do ISE, no período imediatamente antes e após a crise da COVID-19. A análise foi conduzida com base nos indicadores Economic Value Added (EVA) e Market Value Added (MVA), utilizando uma amostra de empresas listadas na B3 do segmento cíclico e não cíclico no período de 2016 a 2024. Os resultados indicam que as empresas que fazem parte no índice ISE criam, em média, menor valor para o acionista, tanto antes quanto após a crise da COVID-19. No entanto, observou-se uma atenuação da magnitude do coeficiente estimado para o EVA no período pós-crise, indicando uma melhoria relativa de performance. Dois testes de robustez foram aplicados corroborando com os resultados apresentados.

The adoption of sustainable practices in the corporate environment has gained prominence in recent literature, particularly regarding its impact on shareholder value creation. In Brazil, the B3 Corporate Sustainability Index (ISE) represents an important benchmark for identifying companies committed to ESG criteria. In this context, this study aims to examine whether the performance, defined here as shareholder value creation, of sustainable companies differs from that of companies not participating in the ISE, in the period immediately before and after the COVID-19 crisis. The analysis was conducted based on Economic Value Added (EVA) and Market Value Added (MVA) indicators, using a sample of companies listed on B3 in the cyclical and non-cyclical segments from 2016 to 2024. The results indicate that companies participating in the ISE created less value, suggesting that sustainable companies performed worse in both periods when compared to non-participating companies. Nevertheless, the negative effect of the ISE variable was smaller after COVID-19, which points to a relatively better performance after crisis. Two robustness tests were applied, corroborating the results presented.